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sexta-feira, 8 de abril de 2011

TERROR NO RIO

Um ex-aluno invadiu, na manhã desta quinta-feira, a Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, e fez vários disparos, que teriam atingido mais de 30 alunos. Pelo menos 14 pessoas pessoas morreram, incluindo o assassino. Entre os mortos estão doze meninas entre 12 e 14 anos, e um menino. Há 12 feridos, que estão sendo atendidos no Hospital Albert Schweitzer, no Hospital de Saracuruna, no Into (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia), no Hospital da PM e no Hospital Pedro Ernesto. A maioria dos feridos foi atingida no tórax e na cabeça. O atirador foi identificado como Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, que entrou na escola dizendo que iria dar uma palestra. Ele foi baleado na perna e depois se matou.

Segundo Fernandes, fiscal do Detro, que fazia uma operação na região, Wellington deixou uma carta explicando as razões do atentado. A carta ainda não foi divulgada, mas segundo o comandante do 14º BPM, Djalma Beltrame, o conteúdo teria características fundamentalistas.

O Detro estava fazendo uma operação de combate ao transporte clandestino, com três carros, nas proximidades. Os fiscais contavam com o apoio de policiais do Batalhão de Polícia Rodoviária.
- Um garoto baleado no rosto chegou pedindo ajuda e contando que um cara entrou atirando na escola. Uma equipe socorreu o menino, e outras duas se dirigiram à escola. Chegando lá, o sargento Alves abordou o atirador, que estava no segundo andar, subindo para o terceiro. O policial deu um tiro na perna do criminoso e mandou se render. Em seguida, o homem deu um tiro na cabeça - disse Fernandes.

O governador Sérgio Cabral chamou o atirador de psicopata e animal . Cabral disse que ainda está aguardando a investigação para saber de onde vem a experiência de Wellington com as armas. Ele entrou no colégio com duas armas e munição profissional. O governador enalteceu o trabalho do sargento Alves, que atirou no assassino.

Para fugir do ataque, parte dos alunos foi levada por professores para um auditório do colégio, num dos últimos andares do prédio. As portas do auditório foram fechadas e protegidas por uma barricada de mesas e cadeiras. A fuga para o auditório foi narrada pela estudante Pamela Cristina Nunes, de 13 anos, que esteve com a mãe Simone Nunes, no Hospital Estadual Albert Schweitzer, para saber o estado de saúde da amiga Larissa dos Santos Atanizio, de 15 anos, que levou um tiro.

Aluna do sétimo ano, ela conta que estava na sala de aula do terceiro andar, quando ouviu os tiros. Pamela conta que professores colocaram armários, mesas e cadeiras atrás da porta do auditório para impedir a entrada do atirador no recinto.

- A moça da escola mandou todo mundo subir para o auditório. Nós ficamos lá dentro, trancados, até a polícia chegar - disse a menina.

Das vítimas da tragédia, 15 foram levadas para o Hospital Albert Schweitzer. Nove morreram. Quatro já foram operadas, sendo que o estado de duas é considerado muito grave.

Presidente Dilma chora e se diz 'chocada'
O ataque de um ex-aluno à Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, fez a presidente Dilma Rousseff encerrar solenidade em Brasília e pedir um minuto de silêncio às vítimas. O perfil do Blog do Planalto no Twitter divulgou na tarde desta quinta-feira que a presidente pretende vir ao Rio para o velório dos alunos mortos.

"Presidenta Dilma diz que pretende comparecer ao velório das crianças mortas em ataque no Rio", diz o perfil.

Após evento com mulheres do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Dilma disse que fará "todo o esforço possível" para ir ao Rio prestar solidariedade às famílias das vítimas do atirador. Ela afirmou estar aguardando informações do prefeito Eduardo Paes sobre o horário do velório e enterro. O mais provável é que Dilma vá para o Rio na tarde de sexta-feira, depois de receber o líder da banda U2, Bono, no Palácio da Alvorada. A presidente embarcaria do Rio, à noite, para a China, onde cumprirá agenda oficial na próxima semana.

Encerrada a solenidade desta quinta-feira, ela decretou luto oficial de três dias . Dilma, que festejava a marca de um milhão de empreendedores individuais, alcançada graças ao fim da informalidade e à redução da alíquota da Previdência de 11% para 5%, disse, com voz embargada:

- Hoje temos que lamentar o fato que aconteceu em Realengo com crianças indefesas. Não era característico no país ocorrer esse tipo de crime. Vamos nos unir aqui em repúdio a esse ato de violência, sobretudo contra crianças indefesas. Crianças que perderam a vida e o futuro - disse a presidente. - Vamos fazer um minuto de silêncio em homenagem a esses brasileirinhos que foram tirados tão cedo da vida - completou Dilma, chorando.

Dilma conversou com o governador do Rio, Sérgio Cabral, e com o prefeito Eduardo Paes por telefone e determinou ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que tome providências em conjunto com as autoridades de segurança do estado.

A ministra Maria do Rosário, da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, vai para a escola, seguindo orientação de Dilma. Segundo o secretário estadual de Assistência Social, Rodrigo Neves, depois de passar pelo local da tragédia, a ministra visitará parentes das vítimas.
O presidente do Senado, José Sarney, classificou a ação como um atentado terrorista. Ele acrescentou que a tragédia deve servir de alerta para as autoridades sobre a questão da segurança nas escolas brasileiras.

Sargento impediu massacre maior, diz Cabral
São Paulo, 07 (AE) - O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB), chamou hoje de "herói" o sargento da Polícia Militar que trocou tiros com o invasor que abriu fogo na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste da cidade. Segundo Cabral, o sargento Alves impediu um massacre maior ao atingir a perna do atirador, que depois teria se matado Cabral ainda referiu-se ao atirador como "psicopata" e "animal"

O governador prestou solidariedade às famílias das vítimas da tragédia que aconteceu nesta manhã. Ele deu a declaração na quadra de esportes da escola, ao lado do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), e também informou que já falou com a presidente Dilma Rousseff a respeito do episódio. Paes acrescentou que a escola não será fechada.

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