Empresário diz que Wilma conhecia irregularidades
Interrogado durante todo o dia de ontem na Justiça Federal, o empresário Anderson Miguel, um dos réus da Operação Higia, assumiu o papel de um explosivo "homem bomba". Ele declarou que a ex-governadora Wilma de Faria (PSB) tinha conhecimento de todas as supostas irregularidades que aconteceriam no processo de contratação dos serviços de higienização hospitalar, alvo da investigação. E envolveu diversas pessoas que até então não tinham ligação com o caso, entre eles três ex-secretários (dois estaduais e um municipal), um ex-prefeito, um irmão da ex-governadora e um jornalista. A Operação Higia investiga um suposto esquema de desvio de verba pública e fraude em licitações no Governo do Estado.
Diante do juiz Mário Jambo, o réu afirmou que chegou a pagar R$ 3 milhões em propina para que fossem facilitados os pagamentos do contrato firmado entre sua empresa, A&G Locação de Mão de Obra e a Secretaria Estadual de Saúde, quesegundo ele, atrasavam com frequencia. Segundo Anderson, a destinação final desse dinheiro seria o filho da ex-governadora, Lauro Maia, e o ex-secretário da Casa Civil e de Planejamento e Finanças, Vagner Araújo, um dos homens de confiança da administração de Wilma e candidato a vice-governador na chapa do PSB em 2010.
Durante o interrogatório, o empresário disse que quem ia buscar esses valores em seu escritório para levá-los aos destinatários eram o ex-secretário adjunto de Esporte e Lazer do estado, João Henrique Lins Bahia Neto, o jornalista Diógenes Dantas, o irmão da ex-governadora, Fernando Faria e o ex-prefeito de Macaíba, Luiz Gonzaga. O réu ainda declarou, em seu interrogatório, que o deputado Wober Junior, na época chefe do Gabinete Civil, teria solicitado o repasse de 15% do valor de um contrato de mão de obra para o SAMU, o que representaria cerca de R$ 40 mil.
"Quem veio falar comigo para pedir esse dinheiro foi o advogado Kelps Lima. Eu cheguei a mandar R$ 25 mil, mas Wober não aceitou e mandoudevolver. Foi quando eu me aborreci e parei com isso", disse Anderson, que tinha contrato com o SAMU e com as Farmácias Populares, mas garantiu que só pagou propina no contrato de higienização. Kelps Lima foi secretário de Mobilidade Urbana da Prefeitura de Natal e candidato a deputado este ano.
Interceptações telefônicas
A segundo parte do interrogatório de Anderson Miguel foi iniciada com os questionamentos do MPF. A procuradora Clarisier Azevedo apresentou uma média de dez áudios com interceptações telefônicas mostrando conversas entre o réu e sua ex-esposa, Jane Alves; a procuradora do Estado Rosa Maia da Apresentação; funcionários de sua empresa; e os réus Francisco Alves e Francinildo Rodrigues de Castro. Em uma das conversas, a então esposa fala que está na porta do gabinete de Wilma, tentando uma audiência. "Nós ajudamos a governadora em sua campanha e estávamos querendo que segurasse o lançamento do edital da licitação. Jane pedia lá no gabinete civil e enquanto isso eu ficava na Sesap, tentando coma coordenadoria de administração", disse Anderson.
Diante do juiz Mário Jambo, o réu afirmou que chegou a pagar R$ 3 milhões em propina para que fossem facilitados os pagamentos do contrato firmado entre sua empresa, A&G Locação de Mão de Obra e a Secretaria Estadual de Saúde, quesegundo ele, atrasavam com frequencia. Segundo Anderson, a destinação final desse dinheiro seria o filho da ex-governadora, Lauro Maia, e o ex-secretário da Casa Civil e de Planejamento e Finanças, Vagner Araújo, um dos homens de confiança da administração de Wilma e candidato a vice-governador na chapa do PSB em 2010.
Durante o interrogatório, o empresário disse que quem ia buscar esses valores em seu escritório para levá-los aos destinatários eram o ex-secretário adjunto de Esporte e Lazer do estado, João Henrique Lins Bahia Neto, o jornalista Diógenes Dantas, o irmão da ex-governadora, Fernando Faria e o ex-prefeito de Macaíba, Luiz Gonzaga. O réu ainda declarou, em seu interrogatório, que o deputado Wober Junior, na época chefe do Gabinete Civil, teria solicitado o repasse de 15% do valor de um contrato de mão de obra para o SAMU, o que representaria cerca de R$ 40 mil.
"Quem veio falar comigo para pedir esse dinheiro foi o advogado Kelps Lima. Eu cheguei a mandar R$ 25 mil, mas Wober não aceitou e mandoudevolver. Foi quando eu me aborreci e parei com isso", disse Anderson, que tinha contrato com o SAMU e com as Farmácias Populares, mas garantiu que só pagou propina no contrato de higienização. Kelps Lima foi secretário de Mobilidade Urbana da Prefeitura de Natal e candidato a deputado este ano.
Interceptações telefônicas
A segundo parte do interrogatório de Anderson Miguel foi iniciada com os questionamentos do MPF. A procuradora Clarisier Azevedo apresentou uma média de dez áudios com interceptações telefônicas mostrando conversas entre o réu e sua ex-esposa, Jane Alves; a procuradora do Estado Rosa Maia da Apresentação; funcionários de sua empresa; e os réus Francisco Alves e Francinildo Rodrigues de Castro. Em uma das conversas, a então esposa fala que está na porta do gabinete de Wilma, tentando uma audiência. "Nós ajudamos a governadora em sua campanha e estávamos querendo que segurasse o lançamento do edital da licitação. Jane pedia lá no gabinete civil e enquanto isso eu ficava na Sesap, tentando coma coordenadoria de administração", disse Anderson.