Caso F. Gomes é elucidado
Foram as denúncias feitas contra o comerciante Leilson Lopes, preso na última terça-feira, de que ele usava seu estabelecimento como fachada para crimes, que acabaram motivando a morte do jornalista e radialista Francisco Gomes de Medeiros, o F. Gomes. Isso é o que revelam o delegado geral de Polícia Civil, Ronaldo Gomes, e o delegado Márcio Delgado, que investigaram o caso. "Encerramos assim a investigação", assegura Ronaldo. A partir da quebra do sigilo telefônico, a polícia descobriu que o comerciante ligou para João Francisco dos Santos, o "Dão", acusado de ter executado a vítima, minutos antes do assassinato, bem como várias vezes após o homicídio. Esse último confessou que Leilson lhe prometera dinheiro para cometer o crime.
Para delegado, quebra de sigilo telefônico foi determinante para solução do caso Foto: Paulo de Sousa/DN/D.A Press |
Segundo Ronaldo Gomes, que começou a investigar o caso à época do crime, F. Gomes denunciou, na rádio em que trabalhava em Caicó, que a loja de aparelhos celulares que Leilson Lopes mantinha na rodoviária servia apenas para encobrir açõescriminosas. "Ainda não ficou esclarecido que crimes eram esses". Indignado, o comerciante entrou com uma ação na justiça contra F. Gomes e a rádio. "Era de conhecimento de toda a população de Caicó que ambos não se falavam e que havia uma rixa entre eles", frisa Ronaldo Gomes.
O delegado geral acrescenta que outro fator que incomodava o comerciante era a amizade do jornalista com sua esposa, com quem trabalhava na rádio. "A esposa de Leilson costumava contar a F. Gomes que o marido lhe agredia, então ele a aconselhava que medidas ela deveria tomar na justiça para acabar com isso. Certamente ela falava isso ao marido e só aumentava a rixa entre eles".
O chefe da Polícia Civil lembra que apreendeu o celular de João Francisco logo após sua prisão, no dia seguinte ao crime. "Daí pedimos a quebra do sigilo do número dele. Com isso descobrimos que ele recebera a ligação de uma pessoa, cerca de 20 minutos antes do assassinato". O sigilo do advogado Rivaldo Dantas de Farias, que defente tanto o comerciante quanto oautor confesso, também foi quebrado e foi descoberto que essa pessoa ligou para ele várias vezes após o crime, bem como para "Dão". "Faltava saber quem era essa pessoa".
Ronaldo Gomes diz que, dias após o crime, a população de Caicó começou a cogitar o envolvimento do presidiário e traficante Valdir Souza do Nascimento na morte do jornalista. Com alguns indícios contra esse suspeito, o delegado decidiu indiciá-lo. "Enquanto isso, deixamos essa outra linha de investigação sobre Leilson em sigilo, como estratégia para despistá-los".
Como Ronaldo Gomes assumiu o cargo de delegado geral, Márcio Delgado, da equipe da Deicor, assumiu as investigações. Para ele, a prisão do advogado Rivaldo Dantas e de Leilson Lopes por extorsão, em 20 de janeiro, em Natal, facilitou bastante as investigações. Apesar de ambos terem ganho liberdade no dia seguinte à prisão, foi possível pedir também a quebra de sigilo do comerciante, por ele e o autor confesso terem o mesmo advogado. A defesa em torno de "Dão" também ficou fragilizada. "A gente foi conversando com o Dão e ele acabou confessando que Leilson prometeu lhe pagar uma quantia em dinheiro para que ele matasse F. Gomes. Não revelou o valor e ainda disse que não recebeu o pagamento", conta Márcio Delgado.
Cronologia
O delegado geral detalha a cronologia das ligações telefônicas feitas na noite do crime. "Às 20h55, Leilson e Dão conversam. Provavelmente para confirmarem que o jornalista estaria em frente de casa, como de costume. Por volta das 21h15, houve o crime. Às 22h06, Leilson e Dão voltaram a se falar. Depois, durante a madrugada, houve várias ligações entre Leilson e Rivaldo e entre o comerciante e João Francisco. A última ligação foi na madrugada, às 2h45, entre Leilson e o advogado".
Fonte: Diário de Natal
O delegado geral acrescenta que outro fator que incomodava o comerciante era a amizade do jornalista com sua esposa, com quem trabalhava na rádio. "A esposa de Leilson costumava contar a F. Gomes que o marido lhe agredia, então ele a aconselhava que medidas ela deveria tomar na justiça para acabar com isso. Certamente ela falava isso ao marido e só aumentava a rixa entre eles".
O chefe da Polícia Civil lembra que apreendeu o celular de João Francisco logo após sua prisão, no dia seguinte ao crime. "Daí pedimos a quebra do sigilo do número dele. Com isso descobrimos que ele recebera a ligação de uma pessoa, cerca de 20 minutos antes do assassinato". O sigilo do advogado Rivaldo Dantas de Farias, que defente tanto o comerciante quanto oautor confesso, também foi quebrado e foi descoberto que essa pessoa ligou para ele várias vezes após o crime, bem como para "Dão". "Faltava saber quem era essa pessoa".
Ronaldo Gomes diz que, dias após o crime, a população de Caicó começou a cogitar o envolvimento do presidiário e traficante Valdir Souza do Nascimento na morte do jornalista. Com alguns indícios contra esse suspeito, o delegado decidiu indiciá-lo. "Enquanto isso, deixamos essa outra linha de investigação sobre Leilson em sigilo, como estratégia para despistá-los".
Como Ronaldo Gomes assumiu o cargo de delegado geral, Márcio Delgado, da equipe da Deicor, assumiu as investigações. Para ele, a prisão do advogado Rivaldo Dantas e de Leilson Lopes por extorsão, em 20 de janeiro, em Natal, facilitou bastante as investigações. Apesar de ambos terem ganho liberdade no dia seguinte à prisão, foi possível pedir também a quebra de sigilo do comerciante, por ele e o autor confesso terem o mesmo advogado. A defesa em torno de "Dão" também ficou fragilizada. "A gente foi conversando com o Dão e ele acabou confessando que Leilson prometeu lhe pagar uma quantia em dinheiro para que ele matasse F. Gomes. Não revelou o valor e ainda disse que não recebeu o pagamento", conta Márcio Delgado.
Cronologia
O delegado geral detalha a cronologia das ligações telefônicas feitas na noite do crime. "Às 20h55, Leilson e Dão conversam. Provavelmente para confirmarem que o jornalista estaria em frente de casa, como de costume. Por volta das 21h15, houve o crime. Às 22h06, Leilson e Dão voltaram a se falar. Depois, durante a madrugada, houve várias ligações entre Leilson e Rivaldo e entre o comerciante e João Francisco. A última ligação foi na madrugada, às 2h45, entre Leilson e o advogado".
Fonte: Diário de Natal